As mães são terríveis



Para elas seus filhos são sempre os melhores, os mais lindos, inteligentes, fofos, espertos. Aos olhos das mães (pelo menos das normais), filho nenhum tem defeito.

Se eu fechar meus olhos, consigo lembrar de cada pedacinho do meu Samuel.
Cabelinhos escuros, lisos, ja um pouco grandinhos. Uma testa larga, olhos apertados e um certo nariz, que tenho o costume de ver. Duas bochechas enormes, gordas e rosadas e uma boca bem pequena e coradinha.
Lembro das suas perninhas, gordas, panturrilha e canela grossinhas e um buchinho farto, que mais parecia uma almofada.
E os pezinhos? Chatos, dedos juntinhos.
Lindo!
Não tinha defeitos.
Mas esperem. Eu sou a mãe. Não conta.
Mas é que ontem ouvi, pela segunda vez, de outra pessoa, fora da família, o seguinte:
"Patrícia, quando vi seu filho, falei: 'que bebê lindo! Parece mesmo um anjo, daqueles das pinturas barrocas, gordinhos e rosados' "
Meu peito estufou de orgulho.
As lágrimas saíram fácil. Milagrosamente, não de dor, mas de orgulho, de saudade também. E de alegria por saber que a minha corujice faz todo sentido. Que não exagero quando falo dele. Que tenho razão quando tatuei seu rosto num corpo de anjo.
E ainda que não fosse tudo isso. Eu só poderia te amar. Eu te amo, menino lindo, anjo barroco, gordinho, 'sol de um novo amor' presente de Deus, filho amado, 'metade adorada de mim', Samuel!



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