Pode ser coincidência ou um presente dos céus.

No último domingo, antes de irmos à missa, paramos em uma padaria, para tomar café da manhã.
Ao entrarmos no salão da padaria, Flávio se dirigiu a uma mesa, com Sarah e eu fui até o balcão, fazer nosso pedido.
De longe, fiquei observando onde eles foram se sentar. Uma mesa próxima a outra que tinha um menino entre 2 e 3 anos e sua mãe, tomando café da manhã.
O menino tinha carrinhos de brinquedo e Sarah estava bem interessada nos brinquedos. A mãe do menino disse:
- Empresta um pra ela, filho?
O menino, prontamente, deu um dos seus carrinhos à Sarah e ficou interagindo com ela.
Quando cheguei para sentar à mesa, a mãe do menino perguntou à Sarah:
- Como é seu nome, neném?
Flávio perguntou:
- Como é seu nome, filha, diga?
- Sarah.
A mãe do menino disse: viu filho, o nome dela é com S, que nem o seu.
Flávio e eu nos olhamos e perguntamos ao mesmo tempo, como se soubéssemos da resposta:
- Qual o nome dele?
- Samuel.
...
(dois suspiros, uníssono)
Respondi:
- Seu nome é muito lindo. É o nome do meu filho.
A mãe do menino olhou, com cara de quem queria saber o porquê do meu Samuel não estar ali, e eu completei:
- Ele foi pro céu.
- Ah, sinto muito. Também perdi um filho.
Eu não quis mais prolongar a conversa e começamos a comer.
Eu senti uma vontade absurda de abraçar aquele menino, de colocar ele no braço, pra ter uma noção do espaço que ele ocupa, de quanto pesa, do cheirinho que ele tem. Mas, guardei minha vontade, pois em tempos de pedofilia, eu poderia ser mal interpretada e Deus me livre alguém pensar isso de mim.
Eu não sei porque essas coisas acontecem. Mas quando elas acontecem, eu sinto saudades. É possível sentir saudades do que não se teve, do que não se viveu, da história que nos foi tomada. Eu deveria sentir alegria e achar que era Deus querendo falar comigo e dizer que tá cuidando bem do meu menino.
Mas, racionalmente, eu não consigo.

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